Em 1971 um punhado de jovens uniu-se com o propósito de comprar um órgão. Daí surgiu um sonho que viria a marcar muitas gerações. O grupo foi crescendo no seio da Gafanha de Aquém, mobilizando uma comunidade alargada de jovens e dedicando especial atenção a projectos culturais e de animação social como o Faz Tudo, os Cortejos, as Festas do Emigrante ou a comemoração do Ano Internacional da Criança de 1979. Entre muitas outras, estas iniciativas, possibilitadas pela construção da Casa da Criança, marcaram os primeiros anos de actividade do Grupo de Jovens da Gafanha de Aquém que progressivamente adoptou o nome “Tulha”, inspirado pelo pequeno local onde se reuniam…. Com o apoio da Camara Municipal, o Grupo lancou mãos à construção do parque infantil, local de longas tardes de divertimento de tantas crianças. Deve destacar-se ainda a criação e organização de uma Biblioteca Infantil instalada na Casa da Crianca, que contou desde cedo com um conjunto de livros muito considerável, avidamente requisitados todos os domingos pelas crianças da terra.

Em 1991, na sequência do trabalho desenvolvido durante cerca de 20 anos e procurando formalizar a sua existência, a Tulha passou a estar inscrita na RNAJ (Registo Nacional de Associações Juvenis) e na FAJDA (Federação das Associações Juvenis do Distrito de Aveiro). O percurso feito desde então foi marcado por algumas etapas que vale a pena relembrar. Entre elas contam-se a participação no Carnaval de Ílhavo e a realização das Marchas Populares, iniciativa que na Gafanha ja tinham tradição e que ainda hoje nos orgulhamos de perpetuar. Mais inovadores foram, os diversos intercâmbios realizados mais tarde e que deram à população, sobretudo aos mais jovens, possibilidade de contactar com novas realidades, de países ou regiões com culturas e hábitos diferentes dos nossos. Promover a troca de experiências enriquecedoras fez, assim, parte dos objectivos do grupo desde cedo. Uma nova fase foi iniciada juntamente com o lançamento da primeira pedra das futuras instalações, que em 1995 contavam já com uma sala e um espaço para a biblioteca. A nova sede, que data de 2000, simboliza o resultado do esforço de muitos anos.

Como Grupo, fomos crescendo ao ritmo dos tempos, pautados pela audácia e vontade de ir mais longe. Reflectimos as mudanças da sociedade, adaptámo-nos à contemporaneidade do novo século. Movidos pelo desejo de estender as actividades ao maior número de habitantes, damos este ano início a um projecto que visa reunir os diversos grupos e associações da terra. Assim pretendemos servir não só os jovens mas toda a comunidade organizando eventos como o Carnaval, para o qual se mobilizaram várias associações com comemorações coordenadas. Do plano de actividades constam iniciativas já realizadas em anos anteriores como as Marchas Populares, a participação no Festival Gastronómico do Bacalhau ou a celebração de festas como o Natal e a Páscoa. Na tentativa de oferecer sempre alternativas inovadoras que acompanhem a constante mudança dos nossos tempos surgiram novas ideias. A realização dos “jardins ambulantes” pretende promover a relação entre as pessoas da comunidade fomentando a criatividade e o espírito de grupo. A formação e informação, facultadas por workshops esporádicos, é uma nova aposta que ambiciona esclarecer a população e desafia-la a viver novas experiências.